O Bacen abriu as portas para a fintechização de tudo
O Bacen tem um importante papel na inovação dos serviços financeiros. O “embedded finance” deu seus primeiros passos no Brasil após 2018, com a resolução nº 4.656, uma decisão do “Xerifes dos bancos” que iniciou um movimento de desconcentração das operações de crédito.
O Banco Central, também conhecido como “banco dos bancos” ou, por vezes, o “xerife dos bancos”, é um órgão supervisor cujo papel central é o de “garantir a estabilidade do poder de compra da moeda, zelar por um sistema financeiro sólido, eficiente e competitivo, e fomentar o bem-estar econômico da sociedade” – palavras da própria instituição.
Ele faz parte do Sistema Financeiro Nacional, conjunto de instituições que impactam a gestão da política monetária nacional e que reúne todos os elementos que ofertam serviços e regulamentações ao mercado financeiro brasileiro.
Mas, de nada adianta um banco central forte se não tiver atores capazes de tocar o dia a dia dos negócios, de colocar a mão na massa e, em meio a tantos desafios, encarar a jornada de inovar e transformar o setor bancário no Brasil.
Então, qual o papel do Banco Central do Brasil na evolução dos serviços financeiros e como as fintechs estão atuando em meio a esse cenário pró-inovação que se construiu no Brasil?
Os desafios para a inovação no setor financeiro
Inovar é sempre um desafio, mas há um ditado comum no mercado financeiro que diz “enquanto uns choram, outros vendem lenços”. Isso significa que todo desafio também é uma oportunidade – e isso nos coloca num campo fértil de possibilidades.
O setor financeiro brasileiro, especialmente o setor bancário, só passou a vivenciar uma grande transformação efetivamente no início dos anos 2000. Até final dos anos 90, por conta da natureza da economia brasileira e da grande concentração de bancos estatais, o sistema bancário se beneficiou muito da chamada receita de float. Isso nada mais é do que a receita que os bancos obtinham por meio dos rendimentos dos recursos mantidos pelos clientes nas contas correntes.
As mudanças favoreciam a busca de novas receitas e, consequentemente, a inovação. Mas vale destacar que entre 2000 e 2017 foi mantido um grande grau de concentração bancária no Brasil, com elevado número de fusões e aquisições entre os bancos – especialmente de bancos privados, nacionais e estrangeiros, comprando bancos públicos. Dados divulgados pelo Bacen mostram que em 2017 85,9% das operações estavam concentradas na mão dos cinco maiores bancos.
Inovar nesse segmento concentrado é um desafio ainda maior. Soma-se a isso o grande número de exigências como atendimento às regras de basiléia, regras de segurança, reservas compulsórias que devem ser mantidas junto ao Banco Central, combate às fraudes, dentre tantos outros elementos e inovar pode ser facilmente deixar de ser uma prioridade.
O Banco Central e seu papel na inovação do segmento
Apesar de ser conhecido por suas funções como controle da inflação, uma parte importante do papel do Bacen como supervisor do sistema é fomentar a inovação.
É importante ressaltar que o combate à inflação cria um ambiente mais saudável para negócios, até mesmo para os bancos. Com a inflação sob controle, as pessoas tendem a confiar mais nas instituições para deixar seus proventos em conta e isso cria um ambiente favorável à oferta de novos produtos bancários.
Para além disso, a edição da Resolução nº 4.656, de 26 de abril de 2018, que dispõe sobre a sociedade de crédito direto (SCD) e a sociedade de empréstimo entre pessoas (SEP), foi um momento importante para acelerar o processo de inovação. E isso diz muito sobre o papel do Bacen nesta frente.
Como as normas para funcionamento de instituições financeiras são bastante rígidas, ao estabelecer condições e regras para que novos tipos de instituições sejam criadas para solucionar as dores da população, o Bacen fomenta e, por vezes, acelera o processo de inovação.
Foi isso que aconteceu com o setor financeiro. A partir de 2018, após a Resolução nº4.656 – e surgimento de novas Fintechs – é registrada uma queda contínua do grau de concentração das operações de crédito.
Outro passo importante dado pelo Banco Central em 2020 foi o lançamento do chamado Sandbox Regulatório, um ambiente virtual onde entidades selecionadas e autorizadas pelo Bacen podem testar projetos inovadores dentro de algumas regras definidas pela própria autarquia e por tempo limitado. Na linguagem do universo de startups, é praticamente uma incubação de projetos inovadores.
O que vimos como resultado de tudo isso é que nunca se investiu tanto em fintechs na história do Brasil: segundo dados da plataforma de inovação aberta Distrito, o ano de 2021 registrou 176 rodadas de investimento que somaram US$3,7 bilhões de aportes em fintechs. Como parâmetro, em 2020 o valor investido havia sido de US$1,9 bilhão e, em 2019, US$1,1 bilhão. Em outras palavras, além do maior apetite dos investidores, o segmento está mostrando um desempenho importante.
Evolução regulatória pró-inovação
Com o suporte do Banco Central regulamentando e supervisionando o mercado, o palco fica totalmente pronto para que os atores ocupem seus postos como protagonistas da inovação. Mesmo antes da ascensão das fintechs, inovar, otimizar custos e digitalizar transações já eram grandes metas do setor bancário e financeiro ao redor do mundo. Isso é fruto da difusão das tecnologias de informação e comunicação.
Mas com a mudança no ambiente de mercado, novas oportunidades foram se abrindo para endereçar três grandes frentes:
- Ineficiências nos sistemas;
- Transformação da estrutura de mercado; e
- Evolução regulatória pró-inovação.
O Banco Central segue seu papel ao atacar diretamente esta terceira frente. Os bancos tradicionais e fintechs, por sua vez, direcionam seus esforços para as duas frentes remanescentes. E aqui se abre um universo de possibilidades, inclusive em verticais que antes não eram tão óbvias. É o caso da Portão 3 e do VExepenses que, com a solução de banking as a service da Swap, vem transformando o mercado de viagens corporativas.
Mas não para por aí. Há muitos outros players construindo soluções inovadoras em seus segmentos em verticais como benefícios, crédito e tantos outros. A redução drástica de custos que uma plataforma de Banking as a Service traz, somada a simplificação do processo dentro do arcabouço regulatório pró-inovação do Bacen possibilitou até mesmo bancos tradicionais criarem suas fintechs para atuarem em nichos que antes não eram interessantes.
É o caso do Super Digital, do Santander, ou até mesmo do Next, do Bradesco. Setores tradicionais também estão se aventurando, como as Casas Bahia e o BanQi.
Portanto, independentemente do mercado ou do segmento, há oportunidades para inovar no setor financeiro.
Contar com um parceiro ágil, em cloud e simples para se integrar, como a Swap, garante que todo processo seja mais simples, o que pode acelerar essa transformação.
Quer saber como a Swap está revolucionando o mundo das fintechs. Clique aqui e conheça nossas soluções.